"Deixa-me Mentir", de Clare Mackintosh

  Editora: Cultura Editora

  Autor: Clare Makintosh

  Edição: 1

  Número de páginas: 320

Sobre a autora

Após mais de vinte anos a integrar da força policial de Inglaterra, Clare decidiu dedicar-se à escrita a tempo inteiro. Para além disso, já tinha colaborado com alguns jornais, e é a fundadora do Festival Literário Chipping Norton.

A obra

Olá a todos!! :)

Mais um livro lido num só dia! Isto ultimamente anda produtivo… XD Melhor! É da maneira que consigo acelerar o cumprimento da minha meta do Goodreads!

Bem, este thriller, oferta da Cultura Editora, tem todo o mérito em conseguir a minha atenção… Trata-se da história de Anna, a jovem mulher e recente mãe que ainda tem os suicídios dos pais do ano anterior marcados pesadamente na alma dorida…

Contudo, no aniversário da morte da mãe, um misterioso bilhete aparece à sua porta para levantar as suas suspeitas de homicídio, lançando-a num vórtice de mentiras e ameaças que vêm com a investigação policial resgatada dos arquivos recentes.

Ora bem, por onde hei de começar… Hmm, talvez pela confissão de que, ainda que esta história não seja a mais original que já li, eu tenha apreciado a leitura de uma forma mais intensa do que pensei ser possível.

A escrita é a principal responsável. A autora tem um talento inegável para transmitir o fluxo cinzento e emaranhado de pensamentos das personagens, transformando a densidade em algo passível de ser facilmente compreendido. E deixando sempre uma névoa que sugere a densidade psicológica dos narradores.

Esta capacidade estende-se aos mais ínfimos detalhes, residindo ainda na articulação forte e pensada das palavras escolhidas a dedo para figurarem em cada frase.

Porém, sou forçado a admitir que o desenvolvimento da própria história também não seja propriamente criativa, e que o plot twist final, ainda que inesperado, não é nada particularmente inteligente ou arrebatador.

Além disso, é possível notar-se uma ligeira perda de foco, tendo em conta que a história da personagem é frequentemente cortada pela investigação (geralmente atrasada nas revelações) do inspetor Murray, num núcleo cativante, mas a longo prazo aborrecido (porque se desvia para uma vida pessoal que nada tem que ver com o mote do livro).

O ritmo inicial é bastante lento, tendo em conta que a autora se perde em pormenores desnecessários. De qualquer das formas, em simultâneo, Mackintosh atira-nos várias  narrações na perspetiva da mãe de Anna, algures entre a vida e a morte…  São estas as passagens que nos deixam perceber o quanto a autora tem tudo planeado desde o princípio e o modo como manipula as palavras para nos fazer crer em algo que não é aquilo que verdadeiramente afirma.

E se tudo isto não vos parece suficiente para avançarem para uma leitura de “Deixa-me Mentir”, então digo-vos que o final termina de forma absolutamente frenética! Com muita ação, reviravoltas e, claro, impactos profundos para a protagonista (os quais não são exageradamente aprofundados).

Boas leituras!! ;)

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