Filme: "O Rei Leão" (2019)

Duração: 118 min  -  País de origem: EUA  -  Ano: 2019

Avaliação: 8/10

Olá a todos!! :)

Eis que chega o dia de partilhar a minha opinião sobre “O Rei Leão” depois do grande boom recair sobre os fãs da versão original de 1994 e que, a meu ver, este filme não consegue igualar. No entanto, para mim, os níveis de qualidade e entretenimento não são muito díspares. A única distinção é o rumo que tomam…

Não é preciso perder muito com a história, pois não? Todos sabemos que o Simba era um leãozinho inocente que gostava de explorar as terras que um dia seriam o seu reino… Contudo, o tio malvado mata o seu pai (SPOILER ALERT! XD) e deita-lhe as culpas em cima para dominar todo o território e torná-lo negro e sem vida com a ajuda das necrófagas hienas…

Adiante!

Todos sabemos que a versão original de “O Rei Leão” foi uma fórmula vencedora, criando uma boa história e, em cada cena, momentos simplesmente perfeitos. E para quê mudá-la? Talvez tenha sido por isso que o guião deste remake tenha sida basicamente o mesmo, alterando apenas um detalhe ou outro. E mesmo estas alterações foram capazes de mexer com os sentimentos guardados dos fãs, porque, enquanto algumas falas adicionais conferiram um aprofundamento do clima, outras eliminaram pequenos momentos que todos esperavam ver mantidos. Como é o caso da relevância e profundo mistério do nosso macaco preferido da animação. Ou do mauzão da história; nem parece o mesmo Scar…

A grande questão que enfureceu a crítica cinematográfica foi, claro, o sentimento… Mas isso é decorrente do método de animação. Todos esperamos que um filme de animação tradicional seja muito mais expressivo! Falas, movimentos, tudo converge para sentimentos exagerados e muito mais puros na alegria excitada de uma criança. Para além de se conseguirem efeitos impossíveis num live-action que se pretende realista. Lembram-se da pirâmide de animais no fim da música “Mal Posso Esperar P’ra Ser Rei”, no início do filme de 94?

Talvez tivesse sido possível a utilização de um método de desenho mais expressivo e que nos fizesse sentir mais; mas, de qualquer das formas, tenho a dizer que gostei do rumo decidido para este filme. O drama. Não se conseguindo o exagero alegre, transforma-se a trama (com as mesmas cenas) em algo mais adulto e de meios-sentimentos, embalados pela inexpressividade das personagens numa ocasional névoa interior, cinzenta e secretamente acutilante.

Magicamente, esta produção é capaz de nos fazer relembrar cada local, até a grande pedra onde Simba é elevado à nascença, ao mesmo tempo que nos atiram para um realismo da savana africana digno de um documentário da BBC. Não parece mesmo criado em computador!! Visualmente perfeito! E com um sentimento de liberdade…

As personagens são as do nosso coração… E talvez esse seja o problema para quem venha conhecer a história pela primeira vez. A verdade é que a equipa confia demasiado nas visões das personagens e das cenas que mantemos no nosso inconsciente do primeiro filme, de forma a acrescentar-lhes algo mais.

E as faixas musicais?? É impossível não sentir cada palavra das letras! Só por isso, já vale a viagem por um mundo mais realista e sério do filme que continua a contagiar espíritos e a amolecer corações há mais de 25 anos! Adorooo <3

Boas leituras!! ;)

PS: Fora os tons filosoficamente niilistas do seu discurso, Timon e Pumba continuam adoráveis e de partir o coco a rir! Ainda que fiquem muuuuuito estranhos na vida real… XD