Resenha: "A Criança nº44"

  Editora: Marcador Editora

  Autor: Tom Rob Smith

  Edição: 1

  Número de páginas: 368

Sobre o autor

Nascido em 1979, Tom Rob Smith é um escritor inglês. O seu primeiro livro publicado foi este, “A Criança nº44”, que se baseou no caso real de um infanticida em série. O sucesso foi notável, tendo o livro sido publicado em diversos países e dando origem ao filme com o mesmo nome.

A obra

Olá a todos!! :)

Eu devo confessar que demorei algum tempo a ler este livro. Por um lado, foram as circunstâncias; por outro, a parte do livro que não me chamou tanto… É verdade, existiram aí umas 100 páginas a meio do livro que não me conseguiram cativar como o resto livro. Quanto às restantes páginas, bem, essas viraram mais rapidamente do que sei lá o quê… Foram lidas quase de uma assentada.

Rússia, 1953. São os últimos meses de Estaline no poder da URSS. Leo Demidov ocupa um cargo respeitável na Segurança do Estado, contribuindo para a manutenção do regime totalitário e repressivo em vigor. Contudo, algo começa a mudar dentro de Leo: ele começa a questionar-se, ao contrário do que fizera até ali.

Após a detenção de um alegado espião (que, na verdade, não passava de um veterinário), Leo é confrontado com uma “pista” que ligava a sua mulher, Raisa, ao mesmo homem, atirando-a para a rede de suspeitas do Estado. Encarregado de a investigar, acaba por declarar a sua inocência, sendo levado para uma terra longe da capital, na qual se depara com um crime. E outro. E muitos mais. Todos o mesmo, afinal.

Algures na URSS estalinista, existe um infanticida em série, que esventra as crianças na floresta, matando-as numa perseguição. E todo o mistério envolverá o passado do nosso protagonista que tem mais a esconder do que aparenta. Ao mesmo tempo, vamos descobrindo mais sobre Raisa e os seus sentimentos, a nova relação que os dois passam a viver.

Bem, a história está bem criada, o enredo planeado até ao mais ínfimo pormenor. Acima de tudo, o tempo histórico é sempre tido em conta, com uma caracterização detalhada das diversas esferas do regime e da vida da população (tanto na capital como noutros locais). De qualquer das formas, devo admitir que certas passagens se tornaram um pouco mais cansativas.

Quanto às personagens, fiquei ligeiramente desiludido. Ainda que bem construídas, pura e simplesmente não me conseguiram cativar. Só mesmo lá para a segunda metade é que consegui sentir uma certa empatia por elas. E, mesmo assim, nada de marcante…

A escrita do autor agradou-me. Marcada por algumas pausas (equilibradas), o autor é capaz de nos fazer temer pelo nosso coração com momentos de puro suspense. A narração na terceira pessoa é bastante objetiva. Só faltava que o tamanho da letra fosse maior. :P

Finalmente, as reviravoltas. Sim, o livro presenteia-nos com pequenas reviravoltas à medida que a história vai avançando. No final, temos ainda direito a uma maior, que envolve o próprio protagonista. No entanto, tenho de reconhecer que, ao contrário do que seria de esperar, descobri-a mais uma vez! Seja como for, o twist é bem trabalhado, isso é irrefutável.

Resumindo, o livro é bem pensado e tem em conta o tempo histórico. Não obstante um intervalo mais lento, a restante narrativa segue a um ritmo alucinante. Se apreciam um thriller bem desenvolvido, aconselho-vos “A Criança nº44”, sem dúvida.

Boas leituras!! ;)

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