Resenha: "A Bruxa de Portobello"

16/12/2015 19:56

 

 

  Editora: Pergaminho

  Autor: Paulo Coelho

  Edição: 2

  Número de páginas: 221

 

 

 

 

Sobre o autor:

Paulo  Coelho nasceu a 24 de agosto de 1947 e é um famoso escritor e jornalista brasileiro. Foi também vice-presidente  da Fundação Cacique Cobra Coral. O seu livro mais conhecido e falado, de entre as dezenas que já publicou, foi O Alquimista.

 

A obra:

Olá a todos! Desculpem esta demora a publicar a resenha…

 

Para começar, acho importante confessar que me senti incitado em ler este livro, visto que Paulo Coelho, por norma, é bastante apreciado pelos jovens..

 

Trata-se da história de Athena, uma jovem adotada por um casal libanês que se fixou em Inglaterra. Considerei muito interessante o facto de a descrição de Athena ser realizada não por ela ou por um narrador específico do início ao fim, mas por meio de várias pessoas que conviveram diretamente com ela.

 

O início revela-nos a “essência” de Athena que, depois de ter um filho e se separar do companheiro, se vê impedida de comungar pelas regras da Igreja Católica, o que levou a jovem a decidir abandoná-la.

 

Mais tarde, procura a mãe biológica, que vivia na Pensilvânia, onde conhece Heron Ryan, que se apaixona por ela, e Edda, a qual acabou por se tornar sua mestre.

 

Athena vivia num apartamento alugado a um homem que promovia “reuniões de bruxaria” através de dança, às quais acaba por se juntar, mudando a sua forma de ser e de ver o mundo. Mais tarde, “evolui”, chegando a ter alguns discípulos e, já no final, reúne milhares de seguidores num edifício na rua de Portobello, daí a sua “alcunha” de a “Bruxa de Portobello”.

 

Paulo Coelho aborda a bruxaria numa ótica diferente, como algo aceitável e que não deveria ser discriminado, talvez num apelo mais abrangente, o da tolerância religiosa.

 

“ ‘A nossa imaginação é maior do que o mundo que nos cerca, vamos além dos nossos limites. Antigamente, chamavam a isto bruxaria,(…)’ “

 

Athena é uma personagem com um temperamento próprio, particular, que nos faz ficar encantados mas, muitas vezes, carregados de raiva.

 

Inicialmente, apercebemo-nos de que Athena se encontra morta, mas, logo nas páginas seguintes, é como e ela estivesse viva…

 

Para mim, o livro não foi particularmente bom… A início, a escrita de Paulo Coelho consegue fazer-nos sentir leves e tocados, mas, mais adiante, vem a sensação de que a narrativa se torna mais enfadonha e entediante.

 

“Nós, as mulheres, quando procuramos um sentido para a nossa vida, identificamo-nos com um dos quatro arquétipos clássicos. A Virgem é aquela cuja busca se dá através da independência completa. A Mártir descobre na dor uma maneira de se conhecer a si própria. A Santa encontra no amor sem limites (…) a Bruxa vai em busca do prazer completo e ilimitado. Athena foi as quatro ao mesmo tempo, quando geralmente devemos escolher apenas uma destas tradições femininas.”