Resenha: "Lobo Solitário", de Jodi Picoult

07/12/2020 19:37

 

 

 

  Editora: Bertrand Editora

  Autor:  Jodi Picoult

  Edição: 1

  Número de páginas:  406

 

 

 

 

 

Sobre a autora

Jodi Picoult tirou Inglês e Escrita Criativa. Contudo, foi preciso ainda desempenhar um conjunto de funções como copywriter ou professora para que pudesse finalmente dedicar-se à escrita como uma das autoras mais vendidas.

 

 

A obra

Olá a todos!! :)

 

Este verão foi mesmo de descoberta… Isso e de leitura de todos os livros que estavam aprisionados, por ler, nas prateleiras da minha estante.  Este é mais uma dessas descobertas libertadoras. Uma descoberta bastante… agradável.

 

Tudo começa quando Luke Warren, um famoso estudioso de lobos e vida selvagem, sofre um acidente de viação que o deixa em estado vegetativo. Os médicos explicam que ele nunca voltará realmente a viver e aconselham ao desligar das máquinas… Mas a decisão nunca seria fácil.

 

A filha, que se encontrava com ele no carro e que escapou com ferimentos ligeiros, está decidida a mantê-lo vivo. Já o seu irmão (que fugiu de casa anos, após um confronto misterioso com o pai) defende exatamente o oposto. E assim se inicia um conflito familiar (e judicial) à volta do prolongamento ou não da vida do pai.

 

 

Este é um tema muito complicado. Nem quero pensar no que deve ser ter de decidir acerca da vida ou morte de alguém que amamos. Não querer ver a pessoa partir, mas ao mesmo tempo saber que ela nunca mais voltará a viver realmente… Mas matá-la?

 

Enfim… A autora sabe perfeitamente colocar-nos nesta posição e expor todas as dúvidas e indecisões associadas a esta dúvida dilacerante, que rasga o interior das nossas personagens, apesar dos seus polos opostos.

 

Para além disso, devagar devagarinho, como quem não quer a coisa, a autora sabe perfeitamente prender-nos á história e fazer-nos questionar acerca do que terá acontecido no passado destas personagens que os influencia a agirem de determinada maneira.

 

 

Por falar em personagens, eu gostei de todos, uns mais, outros menos. Nenhuma delas é propriamente especial. Na verdade, à exceção do que acontece com o protagonista, todas elas se baseiam muito em estereótipos (a rapariga rebelde e teimosa que quer atenção, o rapaz homossexual e sensível, a divorciada que se sente algo culpada por formar uma nova família)…

 

Seja como for, a escrita da autora é muito boa. É bastante simples, mas a verdade é que é agradavelmente natural e direta, o que ajuda à fluidez da leitura. Contudo, a objetividade do conteúdo poderia ainda ser melhor trabalhada, especialmente nos capítulos narrados pelo Luke Warren, que se prendiam a factos sobre alcateias e reações selvagens na sua grande maioria. (Sou obrigado a confessar que algumas dessas partes foram apenas “varridas” pelos meus olhos…)

 

Aconselho a leitura a todos os que se questionam sobre este tema, e em particular para os que apreciam um romance com algum drama e momentos emocionais. Isto é uma ótima articulação entre a alcateia de Luke e a família cuja luta acompanhamos.

 

Boas leituras!! ;)