Resenha: "O Homem Que Perseguia o Tempo", de Diane Setterfield

05/08/2020 18:01

 

 

  Editora: Marcador

  Autor: Diane Setterfield

  Edição: 1

  Número de páginas: 408

 

 

 

 

Sobre a autora

Nascida em Berkshire, em 1964, Diane lecionou inglês e francês até 1990, altura em que decidiu dedicar-se totalmente à escrita. O seu magnus opus intitula-se “O Décimo Terceiro Conto”, o qual vendeu mais de 3 milhões de exemplares.

 

 

A obra

Olá a todos!! :)

 

Esta foi uma leitura que me dividiu. Eu li muito rapidamente, sem duvida (em dois dias, estava finalizada), mas, ao mesmo tempo, não senti praticamente nada quando a finalizei. Como se a história me fosse simplesmente indiferente.

 

“O Homem Que Perseguia o Tempo” é William Bellman, que, de rapaz desafiador e ativo, depressa se torna um jovem de sucesso nos negócios, alcançando o topo da fiação da sua localidade.

 

A vida, com mulher e quatro filhos, tem tudo para correr bem. Pelo menos, até à chegada de uma doença mortífera que o deixa apenas com uma filha. Para garantir a sobrevivência dela, acaba por estabelecer um pacto com uma figura sombria, vestida de negro…

 

 

Bem, pelo menos isto é o que acontece algures na página 200. Até lá, toda a sua infância, crescimento da fábrica e casamento são relatados aos poucos, cada cena a trazer algo novo e relatado com muito pouco sentimento.

 

Este foi um dos problemas do livro: a dificuldade da autora em ligar-nos aos seus acontecimentos e às personagens. Por muitas coisas que aconteçam na história, são raras as que nos prendem a atenção e as emoções à sua narração.

 

O outro foi a falta de objetividade e ritmo, tendo em conta que, para além de  todo um acompanhamento desnecessário, somos sempre conduzidos por uma escrita lenta e suave, muito “old school”, daquela que nos pretende convidar a ir pensando ao longo das palavras. Ah, e não estamos de todo a falar de uma história de terror, na verdade medo nunca existiu na leitura e aquela estranheza confusa e (a roçar o) perturbadora resumiu-se a uma ou duas ocasiões.

 

 

Por outro lado, as personagens foram bem construídas, ao longo de todo o seu percurso (em particular, o protagonista), apesar de não serem particularmente cativantes.

 

Ao mesmo tempo, a criatividade da autora no que toca à formulação geral da história conseguiu ser algo interessante, ao ligar um evento de infância (em que William matou uma gralha-calva) com o futuro que teve pela frente, bem como a exploração obscura destas criaturas e da sua simbologia por diversas vezes ao longo das várias partes em que o livro se divide.

 

Finalizando… Este é um livro poético e algo misterioso. Mas nada de terror ou de ritmos acelerados e emoções fortes! Enfim, é uma leitura para se ir saboreando, com calma e sem grandes expectativas.

 

Boas leituras!! ;)