Série: "Once Upon a Time" (1ª temporada)

Episódios: 22 (45 min) - País de origem: EUA - Ano: 2011

Avaliação: 8/10

Olá a todos!! :)

Nunca tinha pensado em ver esta série…

Pelo menos, até passar pelo catálogo da Netflix e ler a sinopse da primeira temporada. Já tinha ouvido falar dela, há uns anos atrás, pelo que a minha curiosidade se aguçou sem que me apercebesse disso. Vi o primeiro episódio para lhe dar uma oportunidade… Agora, estou aqui a falar-vos sobre toda uma temporada. Pois é…

Tudo começa quando Ema Swan, de 28 anos, é surpreendida pela visita de Henry, um rapaz de 8 anos que diz ser o filho que ela deu para adoção. Ema consente em levá-lo para casa, mas não desconfia que acabará por ficar na curiosa vila de Storybroke, contra a vontade da malévola presidente da câmara (e mãe adotiva do rapaz).

A par de alguns conflitos, Henry vai tentando mostrar-lhe que aquele lugar não é normal… E, através do seu livro de histórias, revela-lhe como, outrora, todas as personagens de contos de fadas que conhecemos viviam num mundo fantástico sem fronteiras onde a magia e o amor ocupavam um papel central. Pelo menos, até ao dia em que a bruxa madrasta da Branca de Neve (agora, a Mayor da vila) lançou uma maldição sobre aquele lugar, e todos ficaram presos num lugar cinzento sem magia ou felicidade… o nosso mundo. E nenhum deles se lembra de quem antes foi.

Contudo, felizmente, um último plano de contingência fora levado a cabo pelas forças do bem, e a recém-nascida filha da Branca de Neve foi escondida num guarda-fatos mágico antes de ser atingida pela maldição para que, passados 28 anos, os pudesse salvar. Mas, para o poder fazer, Ema terá de acreditar realmente na sua verdadeira identidade. E em tudo o que isso implica…

Este é exatamente o oposto da maioria dos filmes e séries que vemos por aí: uma boa história que se desenvolve graças a atores não tão conhecidos e a efeitos especiais de baixa qualidade.

Na verdade, a grande riqueza de “Once Upon a Time” reside em toda esta reinvenção (sem medos nem limites) dos contos tradicionais que conhecemos, relacionando-os com uma imaginação inacreditável. E tudo isto acompanhado de um (muito) bem conseguido paralelo ao mundo real. Isto porque cada episódio se baseia numa aventura no mundo dos contos (normalmente, introduzindo um novo conto tradicional) que envolve o desenrolar da ação na vila. E ambas seguem um rumo convergente de sentimentos e relações entre personagens, alternando-se para construírem um conjunto de significados muitos particulares no enredo.

Como parte desta construção, os episódios centram-se essencialmente nas personagens e nos sentimentos a que estas estão associadas (os mesmos que servem para construir versões atualizadas de cada uma delas no nosso mundo).

Quanto às personagens propriamente ditas… Bem, elas são verdadeiramente cativantes (e até reais) para o espetador. Contudo, por vezes, senti falta de algo mais nas personalidades mortiças de algumas. Já outras são verdadeiramente vibrantes ou loucas e enigmáticas (como Rumpelstiltskin). E temos ainda aquelas que, rodeadas de uma névoa misteriosa, surgem para irem largando certos dados ainda por revelar. (São estas que cobrem a ausência do suspense, o qual, neste tipo de série, se torna absolutamente desnecessário – Sim! Fui eu que disse isto…).

O guião é francamente bem pensado, para além de permitir uma introdução gradual neste mundo diferente, de forma a mitigar a possível confusão inicial. No final, tudo conflui naturalmente e os detalhes ganham um propósito maior do que a história.

Existiu um pequeno grupo de episódios lentos (e aparentemente descartáveis) a meio. Porém, a situação depressa melhorou e aí é que se tornou verdadeiramente impossível parar.

Seja como for, esta é uma série que devo aconselhar vivamente a todos aqueles que gostam de conhecer um mundo de fantasia diferente (com cuidado em roupas e música qb.), e também aos que se lembram dos contos de fadas e os querem ver reunidos num olhar irreverente e envolvidos num romance com cenário moderno…

Boas leituras!! ;)